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Planetas e Orixás regentes de 2023

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Estudos profundos e teologia do orixá: Divindades caçadoras


(ÒRÌSÀ ODE)

ÒSÒÒSÌ
Saudações:
ÒKÈ ÀRÓ!
(Aquele de alta graduação honorífica!)
È KÙ ARÓ, È KÁÀRÓ!
(Bom dia! pois se saudava com bom dia os caçadores que chegavam bem cedo das caçadas noturnas)
ODE ÀÁRÒ LÉ!
(O caçador que ajuda mutuamente no culto e na casa!)
ARÓ-ILÉ
(Apelido de ÒXOGBO, cidade fundada pelos caçadores)
Cor da conta:
- AWÓ OJÚ ÒRUN = Azul celeste
(Representa o céu ao amanhecer, a destreza, a jovialidade e elegância)
Elemento:
- ÀIYÉ = Terra
(Elemento feminino da estabilidade e da forma)
Dia consagrado:
- OJÓ OJÓGBÓ = Quinta-feira
Domínio:
- ODE, PA ERÀN = Caça.
Simbolismos:
- OFÁ = Arco e flecha.
- BÍLÀLÁ = É uma espécie de chicote de autoflagelo.
- ÌRÙKÈRÈ = Rabo de boi ou ÌRÙESIN = Rabo de cavalo (tem funções de atrair boa sorte, riqueza, de espantar moscas. Era sempre empunhado para mostrar status, pois mostrava que era alguém nobre).
ITAN
ÒSÓÒSÌ levava seus bois para pastar, indo pelo caminho mais rápido e seguro, no qual havia um cemitério. Conferindo percebeu que faltavam dois bois, procurou saber o que havia acontecido com os bois, mas ninguém nada viu ninguém sabia dizer. Intrigado, ÒSÓÒSÌ passou a prestar mais atenção, mas os bois, que continuavam desaparecendo misteriosamente. Certo dia, ÒSÓÒSÌ bastante cansado, parou justamente em frente ao cemitério para beber um pouco de água e também dar água ao gado. Foi quando percebeu a presença de alguns ÈGÙN em cima do muro, tentando pegar um de seus bois.

ÒSÓÒSÌ percebeu também que os bois quando bebiam água, colocavam a língua para fora, mugiam e balançavam o rabo, e os ÈGÙN fugiam de medo. Foi então que ÒSÓÒSÌ cortou o rabo de alguns animais e fez um apetrecho, consagrando-o com pós e ervas magicas, dando-lhe o poder de espantar ÈGÙN.
Numa grande festa em homenagem a OYA, ÒSÓÒSÌ ofereceu-lhe o objeto, dizendo chamar-se ÌRÙKÈRÈ. Este objeto representa a ligação de ÒSÓÒSÍ com OYA e a ancestralidade.
ÒSÓÒSÌ sabia que OYA cuidava de ÈGÙN, e que muitas vezes não queriam lhe obedecer, mas deste dia em diante, OYA ficou absoluta e os ÈGÙN nunca mais ousaram a lhe desobedecer.
 
Animais simbólicos:
- OGÁ = Camaleão
- ÀKIKÒ ou ÀKUKÒ = "Galos" Nesse caso tem uma espécie em especial, O galo-banquiva (GALLUS GALLUS). Ele tinha algumas características peculiares, tinha o órgão genital semelhante ao pênis, eram grandes, se se reproduziam rápido, viviam nas matas as plumagens serviam como adorno para os ODE. Ligados a um ITAN de ERINLÈ.
Toque:
- AGERE = Em Ioruba significa “lentidão”. Nesse toque a dança faz menção a cavalgada ou mesmo a uma técnica de pisar nas folhas espantando as caças para abatê-las.
 
Postos sacerdotais:
- AFIKODE = Posto de quem cuida do quarto de ODE.
- ARAMEFA = Grupo de seis ministros ligados a sacerdotes de ODE. A sociedade Ogboni era dirigida por um conselho de seis esses, chamados de Aramefá na Bahia. Algumas decisões importantes, como o arrendamento das terras da Barroquinha na virada do século XVIII, podem ter sido de sua responsabilidade. Mestre Didi, filho da célebre mãe Senhora, do Ilê Axé Opô Afonjá, se refere à presença do Aramefá como um conjunto composto por homens consagrados "com postos na Casa de Oxóssi", existente ainda nos anos 30. O líder da Ogboni era o Oluô, cargo que na Bahia foi ocupado por Bamboxê Obticô, africano que desempenhou papel fundamental na criação da Casa Branca e na história dos chamados "terreiros de tradição Ketu". O antropólogo Pierre Verger ,cita o nome dos demais : Assiká (ou Axipá, filho de Oxóssi ou Ogum), Oburô (filho de Xangô), Kayodé (Oxóssi), e ainda os Ajadi, Adirô e Akessan, servidores de outros orixás importantes presentes no candomblé e também do culto de Babá Egum, o espírito dos mortos. Silveira revela que os baianos eram ex-escravos alforriados que chegaram a prosperar na sua atividade e conquistar prestígio e destaque nas irmandades religiosas, sobretudo a de Bom Jesus dos Martírios, recebendo ainda títulos honrosos no candomblé da Barroquinha. Na Tradição YORÚBÀ as Divindades da Caça tem a sua importância devido à três princípios básicos: O primeiro é de ordem material, pois esta Divindades quem possibilita as caçadas frutuosas e, em conseqüência, garante a comida em abundância. 
 
O segundo é de ordem médica, pois os caçadores, estando frequentemente na floresta, estabelecem contato com os OLOSÁNYÌN e os ONÍSÈGUN(Sacerdotes e Curandeiros do Culto à ÒSÁNYìN), possibilitando um amplo aprendizado sobre a medicina natural. O terceiro é de ordem social, pois quase sempre um caçador quem descobre, sob a proteção das Divindades da Caça, por ocasião de suas incursões à procura da caça, um lugar favorável para o estabelecimento de uma nova roça ou de uma futura aldeia onde ele vem instalar-se com sua família. Este caçador se torna o primeiro ocupante do lugar e o dono da terra, à frente daqueles que virão instalar-se depois dele. Os caçadores e os pescadores, não correspondem a castas, mas sim a etnias. Suas atividades estão entre as mais antigas da Sociedade Humana: a “caça” que corresponde “duas caças”, uma na terra e outra na água hoje denominada de “pesca” representam também grandes escolas de iniciação, pois não há quem se aproxime imprudentemente das força sagradas da Terra-Mãe e dos poderes da mata, onde vivem os animais e os seres sobrenaturais. 
 
A exemplo, o caçador, de modo geral, conhece todas as “encantações da mata” e deve dominar a fundo a ciência do mundo animal. Dentro do Panteão YORÚBÀ as Divindades da Caça mais conhecidas são: ERINLÈ ou IBÙALÁMO ODE ÒSÓÒSI ORÈLÚÉRÉ LÓGUNÈDE OTIN entre outros dos quais seus respectivos cultos se perderam na diáspora. Afim de preservar o culto as Divindades da Caça, foi estabelecida uma Irmandade composta por um corpo sacerdotal de seis membros masculinos, dentro de uma sociedade de caçadores. Esta Irmandade intitulada de ÀWON ARÁ MÉFÀ tem contribuído muito para que o culto as Divindades da Caça no Novo Mundo não caminhe a beira da extinção como ocorre em suas terras de origem – a África Ocidental. 
 
DENOMINAÇÕES E FUNÇÕES DOS TÍTULOS: O OLOODE ou ÀKÓ ARÁ MÉFÀ como também é conhecido, desempenha as suas funções auxiliado por seus dois assistentes: o ÒTUN ÀKÓ ARÁ MÉFÀ (o mais graduado dos dois assistentes de um chefe) e seu ÒSI ÀKÓ ARÁ MÉFÀ (o menos graduado dos dois assistentes de um chefe). O ÒTUN exerce a função somente na ausência do ÀKÓ ARÁ MÉFÀ e o ÒSI na ausência do ÒTUN. Caso ocorra a ausência inesperada dos três nada se faz. Mesmo o OLÚ ODE sendo o detentor de todo os segredos do culto ele não poderia realizá-lo sozinho por isso a metáfora a seguir nos explica: “ILÉ BABA MI NÍ ILÈKÙN MÉFÀ” - “a casa de meu pai tem seis portas” ou interpretando a metáfora para os ÀWON ARÁ MÉFÀ “seis em apenas um, um que se divide em seis”. Esta é a expressão resumida de um pacto firmado dentro do sagrado e não poderá ser violado. 
 
Desta forma todos os titulares devem serem auxiliados por seus ÒTUN e seus ÒSI. EPERIN L'ODE – Segundo título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ, o Grande Caçador de Elefantes, a expressão elefante tem a conotação do maior animal de caça, não pela sua carne e sim pela sua presa, o precioso marfim; mas sabemos que o animal mais caçado são os antílopes. Detentor dos “encantamentos da caça”, aquele que antes de sair a uma caçada, com seu misterioso ÌRÙKÈRÈ passa sobre o arbusto de uma determinada folha e pela reação desta, sabia se o grupo deveria ou não sair à caça, pois na antiguidade quando um caçador aventurava-se a caçar e retornava à aldeia sem animais abatido era tido como sinal de mal agouro. Se necessitamos invocar o ÀSE das Divindades da Caça é a ele que deveremos recorrer, inclusive nos Candomblés é o EPERIN que “bate os chifres de boi.”
Possível arquétipo:
O arquétipo de ÒSÓÒSÌ é o das pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em movimento. São pessoas cheias de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Tem o senso da responsabilidade e dos cuidados para a família. São generosas, hospedeiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.

ÒSÓÒSÍ é o Senhor da caça. Atividades ligadas à alimentação, nutrição e culinária; questões relacionadas à casa, moradia, propriedades, arquitetura, construção, cenografia, história, cargos públicos, política, assessoria, enfermagem, medicina, agronegócios e veterinária.
 
Palavras e frases:
- OMORODE = Filho (a) do caçador.
- ODE ARERE = Bom caçador.
- OMORODE LÁÉ-LÁÉ = Filho do caçador para sempre.
- OLÓWÓ = Rico
- LÓÒDE = Em volta, ao redor.
- ONÍ ARÁÀYÉ = Senhor da humanidade.
- NÍ MAWO = Saudação que se faz a reis.
- OLÚWÀIYÉ = Senhor da terra.
- ÀGÒGBÓ = Pedido de licença para entrar na floresta.
- EWA TIRÈ ÒKÈ = Sua beleza é elevada.
- KI WA JÓ = Que vem dançar.
- ÒSÌ IGBÓDÉ = Que chegou do lado esquerdo da floresta.
- KÓSÍLÈ = Permissão.
- ÀWA TÀFÀ = Nosso arqueiro.
 
 
 

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